Suécia retoma busca por substituto para os seus C-130H Hércules. Em uma decisão inesperada, a Suécia encerrou as negociações para a aquisição de quatro Lockheed Martin C-130J Super Hercules desativados pela Aeronautica Militare Italiana (AMI). O processo chegou a ser anunciado como concretizado, mas sofreu um recente revés sob alegação de que não atenderia os requisitos da Força Aérea Sueca (SwAF).
Conforme noticiamos em junho do ano passado, o Comandante da SwAF, Major-General Carl-Johan Edström, havia confirmado a compra dos quatro Super Hércules italianos, inclusive anunciando que os dois primeiros chegariam em 2023. As aeronaves iriam substituir os seis envelhecidos C-130H que compõem a frota de transporte pesado da SwAF.
Porém, de acordo com o relatório de Orçamento para as Forças Armadas da Suécia para 2024, publicado em 28 de fevereiro, essa aquisição precisa ser revisada “após uma análise completa de cotação da indústria”. De acordo com o portal Breaking Defense, o governo sueco pretende iniciar um plano de ação com orçamentos e alternativas para essa compra. Procurados pelo portal, os ministérios de Defesa da Suécia e da Itália não comentaram a decisão.
Um porta-voz da fabricante Lockheed Martin disse em comunicado que a empresa está preparada para atender a Força Aérea Sueca, “caso o C-130J Super Hercules seja escolhido como sua futura aeronave de transporte tático”.
Designados localmente pela SwAF como “TP-84”, os cinco C-130H (matrícula de 844 à 848) e um KC-130H (842), são operados pelo 71 Airlift Squadron, sediado na Base Aérea de Såtenäs. Inicialmente a SwAF havia planejado realizar a atualização de meia vida dessas aeronaves, com o objetivo de estender sua operação até 2030. Com a possibilidade de comprar os C-130J Super Hércules da AMI, essa opção acabou sendo deixada de lado.
A necessidade de modernização ou substituição dos atuais C-130H decorrem da baixa disponibilidade operacional dessas envelhecidas aeronaves. O relatório anual das Forças Armadas Suecas de 2022 ratificou essa situação da frota de transporte tático pesado da SwAF.
Os problemas na Força Aérea Sueca não se limitam apenas aos C-130H, mas envolvem outros meio, como os helicópteros NH90, cujo programa foi encerrado sob alegação de baixa disponibilidade dessas aeronaves. Aliado a isso, foi constatada uma diminuição nas horas de voo dos caças Gripen, causada pela falta de pilotos habilitados.
Essa situação coloca uma pressão sob o Comando da SwAF, em um momento que as ameaças russas se tornaram mais agudas na guerra com a Ucrânia. Esse é um dos motivos que levaram a Suécia a abandonar sua neutralidade e se juntar com a Finlândia para ingressar na OTAN.
@FFO