SAAF: falta de recursos afeta manutenção dos Oryx e Rooivalk. Não é segue do que as Força Armadas da África do Sul vem passando por fortes cortes orçamentários, que se agravaram durante a Pandemia de COVID-19. O ano de 2023 não tem sido diferente e novos cortes ameaçam a operação de dois importantes helicópteros da South African Air Force (SAAF)
O helicóptero de transporte Atlas Oryx e o helicóptero de ataque Denel Rooivalk — estão na maioria aterrados, com apenas um punhado em serviço no momento, fruto a falta de recursos para manutenção e operação. Cortes no orçamento de defesa significam que há poucas perspectivas de melhora da situação.
A Corporação de Armamentos da África do Sul (ARMSCOR) informou em 15 de fevereiro ao Comitê do Parlamento de Defesa e Veteranos Militares (PCDMV — Parliament’s Committee on Defence and Military Veterans) sobre o estado de manutenção da frota da SAAF.
Para o Rooivalk, a ARMSCOR disse ao comitê que existem dois tipos de contratos com a Denel Aeronautics: um contrato de custo fixo e um contrato de trabalho sob demanda. O contrato de custos fixos está em vigor até 30 de setembro de 2023, com R 51 milhões fornecidos. No entanto, há um déficit de R$ 155 milhões no contrato, afirmou a ARMSCOR.
No que diz respeito ao contrato por encomenda, este vigora até 31 de março de 2023. Este não foi financiado nos exercícios de 2020/21 e 2021/22 e atualmente existe um défice de R 564 milhões para este contrato. “A indisponibilidade de financiamento está afetando negativamente a disponibilidade de aeronaves. A ARMSCOR e a Denel estão em negociações com relação à extensão dos contratos”, afirmou a ARMSCOR, acrescentando que nenhum financiamento foi aprovado para uma revisão iminente de motor de 15 anos. Dos 11 Rooivalk, apenas quatro estão em serviço, com sete inoperantes ou em manutenção, e dos 23 motores da frota, apenas 13 estão em serviço.
A situação do Oryx não é muito melhor, com apenas sete em serviço de um total de 39. Treze estão na Denel para manutenção, enquanto 19 estão em estocados nas unidades aéreas aguardando manutenção. Uma ordem de manutenção válida até 31 de março deste ano está avaliada em R$ 133 milhões, mas apenas R$ 110 milhões foram pagos até o momento. A ARMSCOR está atualmente negociando para estender o pedido até 30 de setembro de 2023.
Tal como acontece com o Rooivalk, não há financiamento suficiente para completar a grande revisão de 15 anos do motor e dos sistemas de transmissão, que custará R692 milhões. A Armscor afirmou que os únicos recursos recebidos são suficientes para realizar a grande reforma de quatro motores. Se os Oryx e Rooivalk pararem, a África do Sul não poderá manter a sua unidade aérea a serviço na missão de paz da ONU no Gongo — a MONUSCO.
É improvável que a posição da frota das aeronaves de asas rotativas da SAAF melhore, pois o orçamento para o ano fiscal de 2023/24 foi reduzido em 30%, sendo de R758 milhões (abaixo de R1,1 bilhão em 2022/23). Ele permanecerá praticamente o mesmo em 2024/25 (R768 milhões) e 2025/26 (R821 milhões). A dotação orçamentária total da SAAF para 2023/24 é de R7,1 bilhões.
A ARMSCOR também atualizou o Comitê sobre o status de manutenção da frota C-130 Hércules. O contrato de manutenção destas aeronaves de transporte vai de 1º de janeiro de 2023 a 31 de dezembro de 2025. Das cinco aeronaves da frota, uma está operacional, duas estão em manutenção e reparação e duas aguardam revisão geral. Financiamento adicional da ordem de R1 bilhão foi disponibilizado no ano financeiro de 2023/24 para as aeronaves de transporte aéreo de médio porte.
Isso sem falar os Saab Gripen, cuja SAAF ainda luta para retomar as operações após passar mais de ano com as aeronaves paradas devido à falta de manutenção, fruto de cortes no orçamento que inviabilizaram a renovação de contratos essenciais com a Saab. Vale lembrar que toda a frota foi “groundeada” desde novembro de 2021 devido à falta de recursos financeiros, que impediram que os contratos de manutenção e suporte fossem renovados em tempo hábil. Na prática, desde fevereiro de 2021 apenas 25% da frota estava em condições de voo. A partir de setembro a situação ficou ainda mais crítica, aponto de apenas uma aeronave estar em condições de voo.
O contrato foi renovado em junho de 2022 e vale R$ 532 milhões (Rand Sul–Africano) — algo próximo a US$ 30 milhões, para um período de 36 meses, o que equivale um período de julho de 2022 até julho 2025. Ele cobre serviços, reparos e manutenção, bem como pequenas atualizações dos sistemas de suporte e treinamento de 13 Saab Gripen C/D da SAAF. A SAAF adquiriu 26 JAS39 Gripen, sendo 17 “C” e 09 “D” no 2 Sq baseado na Makhado AFB (FALM).
@CAS