Jornalistas americanos a bordo de um P-8A da US Navy registram interceptação de caça chinês. Um avião de patrulha P-8A Poseidon da Marinha dos Estados Unidos (USN) foi interceptado por um caça chinês J-11 da Força Aérea do Exército Popular da China (PLAAF), enquanto voava em espaço aéreo internacional, sobre o Mar da China Meridional (South China Sea). A missão de rotina foi registrada por jornalistas americanos a bordo do P-8A.
Decolado da Base Aérea dos EUA na Ilha de Okinawa, no Japão, o P-8A matrícula BuNo 169549 (#549), tinha como tarefa uma missão de patrulha no Mar da China Meridional. A operação levava a bordo jornalistas das redes americanas CNN e NBC, convidados pela USN para conhecer o dia-a-dia em uma das regiões mais contestadas do mundo.
Quando se aproximava da Ilha de Paracel, tomada pelos chineses e disputada por diversos países, o rádio do Poseidon recebeu um alerta da Defesa Aérea da China na frequência internacional de emergência (121.500 MHz): “AMERICAN AIRCRAFT, THIS IS PLA AIR FORCE. YOU ARE APPROACHING CHINESE AIRSPACE. KEEP SAFE DISTANCE, OR YOU WILL BE INTERCEPTED” (“Aeronave americana, aqui é a Força Aérea Chinesa. Você está se aproximando do espaço aéreo da China. Mantenha-se a uma distância segura, ou você será interceptado”).
A cerca de 30 milhas náuticas (55 km) do arquipélago, voando a uma altitude de 21.500 pés (6.500 metros), em espaço aéreo internacional, o P-8 da USN foi interceptado e escoltado por um caça chinês J-11, armado com mísseis ar-ar. A escolta durou alguns minutos e, de acordo com as reportagens, foi realizada de forma padrão e sem intercorrências.
Pequim reivindica praticamente todo o Mar da China Meridional, e se opõe a quaisquer atividades militares de outras nações na região. A China tem construído ilhas militares artificiais, com hangares, pistas de pouso, radares e sistemas de armas. A Ilha Paracel, por exemplo, abriga uma dessas bases militares, e por esse motivo a PLAAF considera a distância de 12 milhas náuticas sua Zona de Defesa Aérea.
Pelo Mar da China Meridional trafegam milhares de navios cargueiros levando mercadorias para diversas partes do globo. Por esse motivo, os EUA mantém navios de guerra e aviões de patrulha sob os preceitos da liberdade de navegação e de sobrevoo internacional.
Além disso, as Forças Armadas dos EUA têm fortalecido sua aliança com aliados regionais, como as Filipinas, que enfrentaram invasões em suas ilhas e zonas de pesca por milhares de navios de pesca chineses, guarnecidos por embarcações de guerra da Marinha e da Guarda Costeira da China.
As tensões entre os Washington e Pequim aumentaram depois que um suposto balão espião chinês foi abatido na costa da Carolina do Sul, no início deste mês. Os EUA afirmam que o artefato estava equipado com sensores para coletas de sinais de inteligência, enquanto a China insiste que trata-se de um dirigível civil para pesquisas meteorológicas que acidentalmente saiu da sua rota.
@FFO