Ucrânia pressiona França para obter caças. O Ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, visitou Paris para conversar com líderes franceses na terça-feira (31/01). Entre os assuntos estava a cobrança para com a França e seus aliados, para que estes forneçam caças para ajudar Kiev a se defender da invasão russa, que no dia 24 deste mês completa um ano.
As autoridades ucranianas pediram a seus aliados ocidentais que enviem os jatos de combate para que a Força Aérea Ucraniana possa responder melhor aos ataques russos. Porém, até agora, o pedido foi apenas recebido com cautela.
Quando questionado por repórteres se a França consideraria enviar caças à Ucrânia, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse na segunda-feira (31/01) que “nada está excluído”, mas estabeleceu várias condições antes que tal medida pudesse ser tomada. Esses incluíam que o equipamento não tocaria o solo russo, não levaria a uma escalada de tensões na Europa e não “enfraqueceria as capacidades da Força Aérea Francesa”. Hoje a única possibilidade da França ajudar com aeronaves de caça, seria ceder alguns Rafale F3-R ou mais provável, Mirages 2000C do Armée de l’Air et de l’Espace. O presidente dos EUA, Joe Biden, disse no mesmo dia que os Estados Unidos não forneceriam seus caças F-16 para a Ucrânia.
A França, no entanto, concordou em enviar mais 12 obuseiros Caesar montados em caminhões e novos equipamentos de defesa aérea para a Ucrânia para reforçar a luta contra a Rússia, disse o ministro da Defesa, Sebastien Lecornu, na terça-feira, pós a reunião em Paris. As peças de artilharia somam-se às 18 já entregues anteriormente. Porém a França não se comprometeu a enviar seus principais tanques de batalha (Leclerc) para a Ucrânia, após passar semanas pressionando Berlim para fornecer seus tanques Leopard 2.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, estimou na terça-feira que uma dúzia de países já prometeu mais de 100 tanques, que ele descreveu como a “primeira onda de contribuições”.
Japão, Coreia do Sul – O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, enfatizou os efeitos potenciais mais amplos da invasão da Ucrânia pela Rússia ao visitar o Japão na terça-feira, dizendo que “o que está acontecendo na Europa hoje pode acontecer no leste da Ásia amanhã. Se o presidente Putin vencer na Ucrânia, isso enviaria uma mensagem de que os regimes autoritários podem atingir seus objetivos por meio da força bruta. Pequim está observando de perto e aprendendo lições que podem influenciar suas decisões futuras”.
Stoltenberg também saudou as sanções japonesas contra a Rússia e “apoio significativo à Ucrânia”. Sua visita ao Japão ocorreu um dia depois de ele ter pedido à Coreia do Sul que enviasse apoio militar direto à Ucrânia. O governo de Seul é um exportador de armas em crescimento e tem um exército bem equipado e apoiado pelos EUA.
Questionado no dia 31/01 sobre a possibilidade desse apoio, o Ministro da Defesa sul-coreano, Lee Jong-sup, disse a repórteres em Seul, após se encontrar com o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, que “estamos direcionando nossa atenção para a situação da Ucrânia”.
@CAS