SAR no meio do Atlântico, uma missão para o KC-130M da FAB. No sábado (21/01), a Força Aérea Brasileira (FAB) foi acionada pelo Serviço de Busca e Salvamento Marítimo (SALVAMAR) da Marinha do Brasil, para uma missão de Busca e Resgate (SAR) de um tripulante que caiu de uma embarcação a cerca de 3.200 quilômetros da costa brasileira.
O SALVAMAR Brasil integra toda a estrutura SAR nacional, a qual inclui o serviço SALVAERO (Serviço de Busca e Salvamento Aeronáutico) da Força Aérea Brasileira, envolvendo todos os meios navais e aéreos disponíveis. Por convenção, a Região de Busca e Salvamento (SRR) Marítimo sob a responsabilidade do Brasil compreende toda a área terrestre (8.547.403,5 km²) e a área marítima (15.328.502 km²), incluindo uma extensa faixa do Oceano Atlântico até o meridiano de 10ºW. .
O SALVAMAR é subordinado ao Comando de Operações Navais da Marinha do Brasil, e integra a estrutura SAR brasileira, incluindo também o serviço SALVAERO da FAB, que abrem mão de todos seusw meios disponíveis para essas missões.
“SAR 62″
Para cumprir a longa missão, foi acionado o Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte (1°/1° GT) — Esquadrão Gordo, sediado na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro (RJ). Às 23h55 (horário de Brasília) de sábado (21) o KC-130M, matrícula FAB 2462, decolou com 18 militares a bordo e 16 horas de autonomia, rumo ao “meio do Oceano” para iniciar a difícil missão de localizar o homem perdido no mar.
No primeiro dia de buscas, o “SAR 62” (código de chamada-rádio para missões de resgate), voou mais de 13 horas e 40 minutos de voo, com o retorno acontecendo para o Aeroporto Internacional do Recife, a cerca de 2.700 km da área. Após o descanso dos tripulantes e reabastecimento da aeronave, as buscas foram retomadas hoje cedo (23/01), com a decolagem do “SAR 62” acontecendo às 05h15 (horário de Brasília).
Para se ter uma noção da distância da área de buscas, somente nos deslocamentos de ida e volta, o KC-130 gasta aproximadamente 10 horas de voo sobre o mar, e uma missão extremamente cansativa para os operadores.
KC-130 Hércules
Em 1975, a FAB comprou dois aviões-tanque Lockheed Martin KC-130H (FAB 2461 e FAB 2462), destinados para missões de reabastecimento em voo da sua aviação de combate. Após uma modernização, essas aeronaves receberam a designação KC-130M.
Esses dois “Ká-Cê 130” tem uma autonomia de quase 17 horas de voo, superior às típicas 12 horas dos seus “irmãos normais” de transporte pesado C-130H Hércules. Isso é possível graças a dois tanques de combustível extra do sistema de reabastecimento em voo que o KC-130M carrega.
Esses dois cilindros, com capacidade para 6.800 litros (1.800 US galões) cada, são instalados permanentemente no compartimento de cargas das aeronaves, o que reduz sobremaneira sua capacidade para realizar missões de transporte. Por outro lado, ele torna os KC-130M ideais para missões de longa duração como, por exemplo, essa que ocorre atualmente “no meio” do Atlântico Sul.
Tantos os C-130M, quanto os dois KC-130M estão chegando ao final da sua vida operacional na Força Aérea Brasileira. Eles estão sendo gradualmente substituídos pelos modernos jatos KC-390 fabricados pela Embraer, que já assumiram grande parte das tarefas até então destinadas apenas para os “Gordos” (apelidos dos C-130 na FAB). A dúvida fica sobre as missões de longa duração, para as quais a autonomia dos novos KC-390 não se comparam aos KC-130M Hércules.
@FFO