Saab Gripen: subestimado, porém fatal em combate aéreo

Saab Gripen: subestimado, porém fatal em combate aéreo. O caça Saab JAS-39 Gripen foi desenvolvido para atender rigorosos requisitos de segurança de voo, disponibilidade, capacidade de manobra, treinamento, custos operacionais, entre outros parâmetros de eficiência. Equipado com materiais modernos, aerodinâmica aprimorada, avançados sistemas de computadores e tecnologia de ponta, o Gripen é capaz de cumprir uma série de missões isoladas ou compondo uma rede mais ampla de defesa.

Compondo a espinha dorsal de diversas forças aéreas no mundo, o JAS-39 é constantemente atualizado para combater e derrotar ameaças atuais e futuras. A Saab desenvolveu o Gripen Série E, como um novo sistema de aeronaves de caça, com objetivo de atender clientes com ameaças mais pronunciadas ou territórios mais amplos para proteger.

Construído para total interoperabilidade da OTAN, o Gripen participou com sucesso de operações lideradas pela Comando de Combate da Aliança, bem como de numerosos exercícios e missões de policiamento aéreo conjunto com forças aéreas aliadas.

Stefan Englund, ex-engenheiro de voo da Força Aérea Sueca (SwAF), que conhece muito bem o projeto JAS-39, falou sobre o caça, especialmente sobre sua capacidade de combate contra os aviões mais conhecidos e renomados do mercado mundial.

Exercício Multinacional Red Flag 2006

“Em sua primeira participação no Exercício Multinacional Red Flag 2006, os Gripens atuaram no ‘time vermelho’, que tinha reduzido suporte de solo e sem apoio aéreo das aeronaves AWACS (Sistema de Controle Aéreo e Alerta Antecipado). A solução encontrada pelos tripulantes dos Gripens foi conectar seus sistemas datalink e atuar como AWACS, para obtiver consciência necessária do campo de batalha e evitar as defesas antiaéreas instaladas no solo. Apenas no primeiro dia de exercícios, os Gripens abateram 10 inimigos, incluindo um Eurofighter Typhoon, sem perdas e permanecendo sem ser detectados.”, disse Englund

Apenas um piloto de Gripen derrubou cinco caças F-16 Block 50+ em um combate aéreo no Red Flag Alaska. “Os Gripens nunca perderam nenhum confronte aéreo ou falharam em seus objetivos de missão. Foi o único caça que realizou todas as missões planejadas”, salientou Englund.

Gripen versus F-16 e F-15

Em um confronto com seus colegas da Força Aérea Real Norueguesa (RoNAF), Englund falou sobre o sucesso dos caças da Saab: “Sem desrespeitar a quaisquer outros caças, incluindo pilotos noruegueses que são muito bem treinados, mas durante um exercício de combate com a RoNAF, três Gripens suecos enfrentaram cinco F-16 noruegueses. O resultado foi: 5-0, 5-0, 5-1 depois de ter voar três rodadas.”

Durante o exercício Loyal Arrow realizada na Suécia, três caças F-15C da USAF foram interceptados por um Gripen que atuava como agressor (inimigo). “O resultado foram dois F-15 abatidos e um conseguiu escapar devido a sua melhor relação peso/potência”, disse Englund.

O F-16 tem uma relação peso/potência (TWR – Thrust-to-Weight Ratio) mais eficiente que o Gripen, porém sofre com arrasto quando opera com armas sob as asas. O Gripen, por sua vez, tem arrasto muito menor quando opera completamente armado com quatro mísseis AMRAAM, dois Sidewinders e um tanque de combustível externo, inclusive podendo atingir velocidades supersônicas. “Embora o Gripen não tenha o TWR do F-16, ele pode quase igualá-lo na razão de subida, graças ao baixo arrasto”, salientou Englund.

Subestimado

“O Gripen está entre os caças mais subestimados da atualidade”, disse Englund, salientando que “durante a campanha da Líbia ele chegou como um recurso tático, mas logo foi elevado para um recurso estratégico. Nenhuma missão foi cancelada devido a problemas técnicos nessa campanha. E não, ele não é invencível, apenas é subestimado. O F-15 pode ficar fora de um combate com um Gripen, mantendo à distância ou em BVR (além do visual), evitando os mísseis Meteor, mas não é uma estratégia sábia engajar.'”, chamou a atenção.

Capacidade Aprimorada

A mais recente versão Gripen E, tem um motor novo e mais potente, alcance aprimorado e capacidade de carga útil maior. Ele também possui um novo radar AESA, sistema de busca e rastreamento infravermelho, sistemas de guerra e comunicação eletrônicos altamente avançados, juntamente com uma consciência situacional superior. A Série E redefine o poder de combate para o futuro, ampliando as capacidades operacionais.

Fantasma

“O único avião com o qual o Gripen E deve ser comparado é o F-35, um caça que muitas pessoas costumam dizer: ‘os inimigos nem saberão o que os atingiu’. O Gripen E se parece com a versão anterior, mas é um caça completamente novo, com recursos e capacidades aprimoradas, comparáveis ao F-35. Apesar de não ter a tecnologia furtiva, sua RCS (assinatura radar) é mais baixa do que qualquer outro caça – exceto do próprio F-35 e do F-22 – provavelmente, os caças russos e chineses. O Gripen será equipado com um sistema de guerra eletrônica EW composto por GaN (nitreto de gálio), o que provavelmente o tornará um fantasma”, finalizou Englund.

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