Ondas de mísseis russos lançados contra a Ucrânia. O final de ano foi marcado por uma nova onda de ataques russos, que atingiu cidades em toda a Ucrânia. A onda de ataques ocorreu no dia 29 de dezembro. Militares ucranianos disseram que conseguiram neutralizar a maioria dos mísseis, evitando danos muito maiores.
Alarmes de ataque aéreo podiam ser ouvidos em todo o país. O conselheiro presidencial Oleksiy Arestovych escreveu em sua conta no Facebook que mais ondas de mísseis estavam chegando. Três pessoas morreram e seis ficaram feridas como resultado do ataque, disse o ministro do Interior, Denys Monastyrskiy, à televisão ucraniana. Ele não especificou onde as pessoas foram feridas e mortas.
O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, disse haverem três vítimas, incluindo uma menina de 14 anos, na capital ucraniana e todas foram hospitalizadas. Klitschko alertou sobre possíveis cortes de eletricidade e pediu aos moradores que estocassem água. Além de Kiev, a onda de ataques também atingiu a segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv, e a cidade portuária de Odesa, no Mar Negro. A maior parte da cidade de Lviv, onde os ataques russos ainda são raros, ficou sem energia, disse o prefeito Andriy Sadoviy.
O prefeito de Kharkiv, Ihor Terekhov, informou que várias explosões ocorreram na cidade, fruto de mísseis de cruzeiro. Pelo menos duas pessoas foram mortas em torno de Kharkiv, disseram autoridades locais, enquanto autoridades de outras regiões relataram várias baixas.
“O inimigo está atacando a Ucrânia de várias direções com mísseis de cruzeiro aéreos disparados de aeronaves e navios”, disse a defesa aérea ucraniana nas redes sociais, descrevendo o ataque como sendo massivo. “De acordo com dados preliminares, 69 mísseis foram lançados no total e 54 foram abatidos”, disse o comandante-em-chefe ucraniano, General Valeriy Zaluzhniy. Da noite para o dia, os drones kamikaze de origem iraniana e russos atacaram a infraestrutura nas regiões de Kharkiv, Zaporizhzhya e Dnipropetrovsk, mas a maioria deles foi abatida pelos militares ucranianos, disse o Estado-Maior no final do dia 29 de dezembro.
Os ocupantes russos mais uma vez atingiram a infraestrutura de energia de Kharkiv, usando 13 veículos aéreos não tripulados iranianos Shahed-136. A defesa ucraniana ab“ateu 11 desses drones”, disse o Estado-Maior em seu relatório matinal.
Na região de Sumy, as tropas russas realizaram dezenas de ataques, disse Dmytro Zhyvytskiy, governador regional da região nordeste, em sua consta no Telegram. As forças russas lutaram em várias comunidades, disparando morteiros, lançando ataques por drone e de um helicóptero, sem vítimas. Sumy faz fronteira com três regiões da Rússia — Bryansk, Kursk e Belgorod. As regiões fronteiriças da Ucrânia são regularmente bombardeadas pelas tropas da Rússia. Desde o início da invasão, Moscou vem negando que tem feito ataques direcionado a civis, apesar das evidências em contrário.
Enquanto isso, as defesas aéreas russas derrubaram um drone TB2 perto da base aérea de Engels, no interior da Rússia. A base aérea fica a centenas de quilômetros da linha de frente na Ucrânia. A Rússia diz que a Ucrânia já tentou atacar a base, que abriga bombardeiros estratégicos de longo alcance. Em outras partes da Ucrânia, cinco drones TB2 ucranianos foram abatidos na região de Dnipropetrovsk, disse o Estado-Maior.
Um bombardeio nos arredores de Zaporizhzhya danificou durante a noite linhas de eletricidade, um gasoduto e casas. As alegações não puderam ser verificadas de forma independente. Os recentes combates na região de Donbass não tiveram avanços significativos de nenhum dos lados. As forças russas tentam avançar mas sua ofensiva está estagnada nas áreas de Bakhmut e Avdiyivka em Donetsk. O chefe da inteligência ucraniana, Kyrylo Budanov, disse à BBC que os combates no leste estão em um impasse, já que nem a Ucrânia nem a Rússia fizeram avanços significativos. “A situação está parada”, disse Budanov em entrevista. “Não se move e estamos em um desgaste improdutivo”.
Os russos continuam atacando Bakhmut, mas nos dois outros lugares eles parecem estar na defensiva. O início da estação fria também diminuiu o ritmo das operações terrestres da Ucrânia na linha de frente de 1.000 quilômetros. “Não podemos derrotá-los em todas as direções de forma mais abrangente. Nem eles a nós”, disse Budanov à BBC. “Estamos ansiosos por novos suprimentos e pela chegada de armas mais avançadas”. Budanov acrescentou que a Rússia sofreu perdas muito significativas, mas as forças ucranianas ainda carecem de recursos para avançar em várias áreas.
@CAS