Colômbia escolhe o Rafale como substituto dos Kfir. O governo colombiano informou hoje 21/12 que selecionou o caça francês Dassault Rafale como o substituto da frota de aeronaves israelenses IAI Kfir, que hoje compõe o Esquadrón de Combate 111 — “Dardos”, do Grupo de Combate 11, vinculado ao Comando de Combate Aéreo nº 1 sediado na Base Aérea de Palanquero.
No último dia 17 de dezembro, o Presidente colombiano, Gustavo Petro, já havia confirmado que seu governo iria adquirir novos aviões de combate para substituir a frota de caças Kfir da Força Aérea Colombiana (FAC) ainda em 2022. A informação foi divulgada durante uma cerimônia de promoção a oficiais das Forças Armadas e da Polícia Nacional, como divulgamos aqui.
A novela para substituir os Kfir vem se arrastando há anos. Em maio de 2021, face a problemas orçamentários e a crise da COVID-19, ela foi suspensa, após um processo de selelção que havia deixado uma lista composta pelos caças Eurofighter Typhoon, o Saab JAS-39 Gripen E e o Lockheed F-16V Block 70, com informações que este último seria o preferido da FAC.
Vale lembrar que o processo de modernização da frota IAI Kfir C10/12 em estudo pela FAC, estava avaliado em cerca de US$ 3.660 bilhões, valores que sempre geraram críticas de diversos setores políticos, apontando como um gasto desnecessário, desconsiderando a importância da defesa estratégica.
Com o fim da vida útil dos Kfir chegando rapidamente — prevista para 2023, a licitação foi retomada este ano com a mesma lista de candidatos, acrescida de uma oferta americana de F-16 usados da USAF e até da Dinamarca e uma novo proposta da França do Rafale, que havia sido descartado originalmente devido ao seu custo, apesar da insistência da francesa desde 2019.
E parece que a máxima que os “últimos serão os primeiros” prevaleceu para a renovação do Sistema Integral de Defesa Nacional da Colômbia (SIDEN), nas áreas navais e de defesa antiaérea, em particular, do projeto de substituição dos caças da FAC. Em um recente encontro em Paris em 11/11, entre o Presidente Emmanuel Macron (França) e o Presidente Gustavo Petro (Colômbia), aparentemente o martelo foi batido e o Rafale irá ser o novo caça da FAC.
O objetivo do governo é encomendar um lote inicial de 16 aeronaves, que seriam financiados em 10 anos, com a entrega da primeira unidade em 2024. Na pré-seleção do Rafale anunciada pelo Ministério da Defesa da Colômbia, ficou a impressão nítida que a decisão muito mais política do que técnica e que a Colômbia não gostaria de negociar com os EUA. A não escolha do Typhoon e do Gripen E teria sido puramente técnica/custos, sem viés puramente político.
Independente disto, se a FAC confirmar a aquisição, ela será a primeira operadora do caça Francês nas Américas e também o 10 operador da aeronave: França (AEE e Aeronavale), Índia, Egito, Catar e Grécia — todos operacionais e Croácia, Indonésia, Emirados Árabes Unidos e Colômbia encomendados.
Ainda não há informações detalhadas sobre os Ralafes da FAC, se serão todos novos de fábrica ou, como em casos recentes de venda para a Grécia e a Croácia, haverá aeronaves usadas, vindas do Armée de l’Air et de l’Espace (AAE).
O fato a ser lembrado é que o Rafale tem se tornado um campeão no quesito conquistas novos usuários nos últimos dois anos com cinco vendas, só perdendo para o F-35. O Presente da Natal da FAC terá que ser confirmado, provavelmente, em 2023 com assinatura do contrato e a definição de datas, configurações e logística associada.
@CAS