Ucrânia ataca Rússia com drones de longo alcance. Segundo fontes da mídia russa, Moscou que a Ucrânia converteu antigos drones soviéticos em armas de longo alcance que atingiram alvos a centenas de quilômetros dentro do território russo.
Explosões nas bases aéreas de Dyagilevo e Engels, nas profundezas da Rússia, sugerem que a Ucrânia pode atacar os arredores de Moscou. Na noite de segunda-feira, 5/12, o Ministério da Defesa russo disse que versões modificadas dos drones de reconhecimento Tupolev Tu-141 Strizh da era soviética atingiram bases aéreas em Engels, a 372 milhas do território controlado pela Ucrânia, e em Dyagilevo, 122 milhas a sudeste de Moscou. Ele culpou o “regime de Kiev” pelos ataques.
O Ministério da Defesa do Reino Unido, citando “múltiplas fontes abertas”, disse que pelo menos dois bombardeiros russos Tu-95 Bear foram danificados pela explosão de um tanque de combustível em Dyagilyaevo.
“As causas das explosões não foram confirmadas”, twittou o Ministério da Defesa. “No entanto, se a Rússia avaliar que os incidentes foram ataques deliberados, provavelmente os considerará como algumas das falhas estrategicamente significativas de proteção de suas forças, desde a invasão da Ucrânia”. As autoridades ucranianas não fizeram nenhum comentário oficial sobre o assunto até então. Na terça-feira, 6/12, um aeródromo russo na região de Kursk também foi atingido.
Se as explosões foram de fato um ataque ucraniano, o Tu-141 pode muito bem ter sido a arma usada disse Sam Bendett, membro sênior adjunto do Center for a New American Security e consultor da CNA Corporation. Mas ele disse que existem outras possibilidades. A Ucrânia pode ter consertado e reaproveitado algumas das centenas de drones Shahed-136 de fabricação iraniana que a Rússia disparou. Ou uma equipe de operações especiais ucraniana pode ter entrado furtivamente na Rússia e disparado uma arma de curto alcance. Ou os esforços de Kiev para construir seu próprio míssil de cruzeiro de longo alcance podem ter dado frutos.
Em 2014, a Ucrânia tinha cerca de 68 dos drones Tu-144, que funcionam muito mais como um míssil do que um drone de reconhecimento moderno. Não importa a arma, tais ataques representariam uma falha colossal das defesas aéreas russas e mostrariam a crescente vulnerabilidade das forças armadas de Putin.
O avanço é significativo por alguns motivos. Os Estados Unidos relutam em fornecer às forças ucranianas mísseis MGM-140 ATACMS (Army Tactical Missile System), que permitiriam ataques a mais de 300 milhas náuticas — o ponto mais ao norte da Ucrânia fica a menos de 300 milhas de Moscou. Os Estados Unidos até modificaram os lançadores do sistemas HIMARS, enviados à Ucrânia, desativando a sua capacidade de disparar foguetes ATACMS. Em setembro, autoridades russas disseram que enviar esses mísseis de longo alcance para a Ucrânia, faria dos Estados Unidos uma parte direta no conflito. Grande parte do motivo pelo qual os Estados Unidos estão honrando essa “linha vermelha” é a preocupação de que a Rússia veja essas armas como uma ameaça estratégica e não tática.
@CAS