Boeing 747 trouxe foguete para lançamento no CLA no Maranhão. O Aeroporto Internacional de São Luís (SLZ/SBSL), no Maranhão, recebeu no último sábado (03/12), a visita de um Boeing 747-400 cargueiro da companhia norte-americana National Airlines. A aeronave, matrícula N936CA, trouxe uma carga valiosa para o Programa Espacial Brasileiro.
O voo “NCR 891” pousou em São Luiz procedente do Aeroporto Internacional Seul-Incheon (ICN/RKSI), na capital da Coreia do Sul, com uma escala técnica em Dubai-Central (DWC/OMDW), nos Emirados Árabes Unidos. De acordo com os registros históricos da CCR Aeroportos, administradora de SLZ, essa foi a primeira vez que um Boeing 747-400 pousou no aeroporto da capital maranhense.
A bordo do 747 estavam 15 toneladas de carga do foguete HANBIT-TLV da empresa aerospacial privada Innospace, a primeira a operar no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) da Força Aérea Brasileira (FAB). O foguete híbrido estágio único, tem uma altura de 16,3 metros, diâmetro de 1 metro e peso aproximado de 9,2 toneladas.
O lançamento do HANBIT-TLV a partir do Centro Espacial de Alcântara (CEA) é fruto de um contrato assinado entre a FAB e a Innospace, com o objetivo de utilização da Área 1, também chamada de Aérea SISPLAT/VLS, para lançamentos de veículos espaciais de empresas privadas. O contrato é consequência do Edital de Chamamento Público nº 02/2020 da Agência Espacial Brasileira (AEB), de 22 de maio de 2020, e possui vigência de cinco anos, podendo ser prorrogado por até igual período.
O primeiro voo de teste suborbital deve validar o motor do primeiro estágio do HANBIT-Nano, o menor veículo lançador da empresa sul-coreana, capaz de transportar uma carga útil de 50 kg. O planejamento é que o foguete atinja uma altitude de 100 km e caia em alto mar.
O HANBIT-TLV, por sua vez, levará a bordo a carga útil SISNAV, um sistema de navegação inercial que está sendo desenvolvido pelo Departamento Brasileiro de Ciência e Tecnologia Aeroespacial em conjunto com outras instituições. Eles verificarão se o SISNAV funciona bem em ambientes específicos como vibração, choque e alta temperatura que ocorrem em todo o processo desde a decolagem e durante o voo trans-atmosférico.
@FFO