Prisão perpétua para os envolvidos na queda do Boeing 777 da Malaysia Airlines em 2014. A justiça da Holanda divulgou ontem (17/11), a sentença de prisão perpétua para os três indivíduos envolvidos na queda do Boeing 777-200ER da Malaysia Airlines em 17 de julho de 2014. Na ocasião, a aeronave matrícula 9M-MRD, com 298 pessoas a bordo, realizava o voo MH17 entre Amsterdã e Kuala Lumpur, foi derrubada por um míssil de fabricação russa. Ninguém sobreviveu à queda do jato.
O tribunal condenou à prisão perpétua dois ex-oficiais de inteligência da Rússia e um líder separatista ucraniano, depois de considerá-los culpados de derrubar o avião e matar todos a bordo. Eles também foram condenados a pagar mais de €16 milhões de indenização aos familiares das vítimas. Os homens não compareceram ao julgamento e estão foragidos, possivelmente em território russo. Não há indícios de que as autoridades da Rússia pretendam extraditá-los.
O juiz Hendrik Steenhuis, disse que o tribunal concluiu que o voo MH17 foi abatido por um míssil BUK de fabricação russa, disparado de um campo agrícola no leste da Ucrânia, citando “amplas evidências que não deixam nenhuma possibilidade de dúvida razoável”. O tribunal ainda concluiu que a Rússia tinha o controle total das forças separatistas no leste da Ucrânia no momento em que o avião foi abatido, disse ele.
O voo MH17 foi abatido sobre o leste da Ucrânia, que na época era uma área de conflitos entre os separatistas pró-Rússia e forças ucranianas, em combates que culminaram na guerra atual entre ambos países. Em fevereiro deste ano, forças russas invadiram a Ucrânia, e anexaram a província de Donetsk, local onde estão os destroços do Boeing 777 e os restos mortais das vítimas.
Moscou nega qualquer envolvimento ou responsabilidade pela queda do voo. O tribunal holandês, por outro lado, diz que o local de onde o míssil foi disparado estava sob o domínio russo. A Rússia diz que irá avaliar a acusação.
“Vamos estudar esta decisão porque todos os detalhes são importantes. Depois disso, provavelmente estaremos prontos para fazer um comentário sobre o documento”, disse Ivan Nechaev, vice-porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, em uma entrevista na quinta-feira.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse que era uma decisão importante do tribunal: “Responsabilizar os mandantes também é crucial, pois o sentimento de impunidade leva a novos crimes. Devemos dissipar essa ilusão. A punição por todas as atrocidades [da Rússia] antes e agora é inevitável”.
Fonte: The Guardian
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