USS George HW Bush “pronto para guerra com a Rússia”. O porta-aviões USS George HW Bush (CVN-77) da Marinha dos Estados Unidos (US Navy), está “pronto para lutar contra a Rússia se for acionado para isso, mas que sua missão é deter e impedir a escalada das ameaças”. A informação foi ouvida pela jornalista Débora Haynes do Sky News, durante sua visita à bordo da nau-capitânia dos EUA, que lidera um Grupo de Ataque atualmente navegando pelo Mar Mediterrâneo.
O USS George HW Bush está participando de manobras conjuntas de defesa com a OTAN, em um momento de alta tensão após a invasão da Rússia na Ucrânia. Nos últimos dias, jatos F/A-18 Super Hornet decolam do porta-aviões em direção a Lituânia e Polônia, onde realizam missões conjuntas com aeronaves de combate e navios de guerra e tropas terrestres da OTAN e nações aliadas.
O Contra-Almirante Dennis Velez, Comandante do Grupo de Ataque de Porta-Aviões disse à repórter da SkyNews que sua mensagem para a Rússia é que seus homens e mulheres “estão prontos para qualquer missão. Queremos paz – é o que todo mundo quer. Queremos que a guerra [na Ucrânia] termine e que volte a estabilidade na região e tenha uma Europa pacífica e estável – mas, estamos prontos!”, disse o Oficial.
Questionado se isso significava que ele estava pronto para a guerra, se necessário, o almirante disse: “Este navio, este grupo de ataque e nossos aliados, estamos prontos para qualquer coisa. Demonstramos isso todos os dias”, afirmou o Contra-Almirante no hangar do USS George HW Bush, que comporta mais de 70 tipos de aeronaves e helicópteros.
Pelo menos dois navios de guerra e algumas aeronaves russas observam as manobras da OTAN de uma distância segura. O contra-almirante Velez disse que eles tiveram contato visual com os russos na semana passada, enquanto navegavam pelo Mar Adriático, na costa da Itália. “Eles têm o mesmo direito que nós de operar em águas internacionais, então apenas seguimos o direito e as regras de navegação internacional“, disse o Comandante.
A proximidade das forças armadas da Rússia e o conhecimento de que as forças russas estão envolvidas em uma guerra brutal com a Ucrânia – que não faz parte da OTAN, mas compartilha fronteiras com membros da aliança – significa que operar na Europa não é mais apenas mais um exercício de treinamento em tempo de paz para os mais mais de 5.000 tripulantes de marinheiros americanos no porta-aviões.
“Aqui é real! Na maioria das vezes o que fazemos é treinar, como em um jogo. Mas aqui, há briefings de inteligência e missões com Aliados da OTAN. Isso realmente solidifica o quão reais são as coisas que estamos fazendo agora. Estar presentes aqui no Adriático e trabalhar ao lados dos nossos aliados estamos garantindo ao mundo que ainda somos uma potência a ser reconhecida”, disse o Tenente Cordan ‘Big Poppa’ Mackenzie, um dos pilotos de F/A-18.
Existe a possibilidade real de vir a ordem de combate para enfrentar os russos, caso as tensões aumentem significativamente. É uma situação que a maioria dos pilotos norte-americanos, britânicos e muito aliados ocidentais não passaram durante a longa guerra no Afeganistão, quando não foram confrontados com uma força aérea rival.
“É assustador. É algo que você só precisa confiar no seu treinamento. Sem dúvida, acho que os pilotos da Marinha nos EUA são os melhores do mundo… Tudo o que fazemos aqui é treinar e nos preparar para um combate aéreo que um dia pode vir e, quando chegar, espero que sejamos os melhores”, disse o Tenente ‘Big Poppa’.
O Grupo de Ataque do USS George HW Bush participa do Exercício Neptune Strike 2022 da OTAN, que envolve 14 navios de guerra, mais de 80 aviões e aproximadamente seis mil militares de 14 nações. O objetivo é permitir que os Aliados sejam mais rápidos, flexíveis e dinâmicos com a forma como lidam com as capacidades dos seus recursos marítimos, aéreos e terrestres. Ele foi desenvolvido para melhorar a capacidade de deter a Rússia, uma tarefa na qual os Aliados se concentraram com muita intensidade após a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro.
“Aumentamos nossa prontidão, nossa preparação e fortalecemos a maneira como trabalhamos juntos em toda a aliança para prevenir e defender cada centímetro do território da OTAN”, disse Jens Stoltenberg, Secretário-Geral da OTAN, à Sky News durante a visita ao porta-aviões.
O Secretário Stoltenberg salientou que esta é apenas a terceira vez desde o fim da Guerra Fria,que um Grupo de Ataque de porta-aviões dos EUA ficou sob o comando da OTAN. As outras ocasiões aconteceram nos Exercícios de Netuno do ano passado.
O Executivo da OTAN também expressou preocupação depois que a Rússia alegou – falsamente – que os ucranianos estavam planejando usar uma “bomba suja” radioativa em seu próprio território. A alegação pode ser parte de um plano de “bandeira falsa” de Moscou para lançar o ataque e culpar Kiev.
“Este tipo de tática já foi usada pela Rússia em outras ocasiões, portanto precisamos monitorar de perto o o que eles fazem agora. Moscou deve saber que o uso de uma bomba suja ou radiológica é uma escalada séria”, disse Stoltenberg.
Os aliados também estão preocupados que Vladimir Putin possa até recorrer a um ataque nuclear, já que suas forças sofrem derrotas nas mãos dos militares da Ucrânia, apoiados por armas ocidentais.
“A probabilidade de qualquer uso de uma arma nuclear na Ucrânia permanece baixa, mas ao mesmo tempo, as consequências são devastadoras [para a Rússia] que é um risco que devemos levar a sério”, afirmou o Secretário da OTAN.
Fonte: SkyNews
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