Paquistão tem 146 caças JF-17 ‘reféns’ dos EUA. Sanções impostas a Rosoboronexport, empresa encarregada da venda de componentes e serviços de reparos dos motores RD-93 do caça sino-paquistanês, face à guerra na Ucrânia, ameaça a operacionalidade dos JF-17 da PAF.
Durante a década de 1990, o Mikoyan Design Bureau russo, conhecido pelos seus designs de aeronaves de caça, foi obrigado, em meio a queda da União Soviética, a ceder os seus desenvolvimentos aos chineses. Esta transferência de tecnologia levou a uma colaboração significativa entre a China e o Paquistão, culminando no caça JF-17 Thunder.
O motor do JF-17 é o um RD-93, uma variante modificada do RD-33 do MiG-29. Após uma série de negociações e deliberações com a Rússia, a China finalmente garantiu os direitos de fabricação do RD-93 em seu próprio solo, em troca de uma quantia considerável. Isto garantiu a produção do JF-17 tanto na China como no Paquistão, via uma Join Venture formada pela Chengdu Aircraft Corporation (CAC) da China e a Pakistan Aeronautical Complex (PAC) do Paquistão. Nascia assim o PAC JF-17 Thunder e o CAC FC-1 Xiaolong.
Rapidamente ele se tornou um dos caças padrão da Pakistan Air Force (PAF), que possui hoje 146 unidades. Atualmente, pode-se considerar o JF-17 ultrapassado, mas boa parte deles permanecem em serviço na PAF, por manterem a sua capacidade de cumprir as missões para as quais foram designados.
Nos últimos anos a Pandemia de COVID-19 e agora a guerra da Ucrânia dificulta a capacidade da PAF de manter os JF-17. A causa remonta ao motor russo. Originalmente, autoridades paquistanesas fizeram pedidos aos seus homólogos chineses para iniciarem a manutenção dos motores. Contudo, a China não deu o retorno e a questão permanece enigmática.
À medida que o tempo passou, os aviões começaram a ficar no solo, causando perturbações significativas. Consequentemente, a situação foi levada a representantes russos da UEC Klimov, que manifestaram a sua potencial disponibilidade para prestar assistência às autoridades paquistanesas.
No entanto, um obstáculo significativo surge na forma da Rosoboronexport, a entidade encarregada da venda de componentes, serviços de reparação e várias outras funções de várias empresas, que atualmente definha sob o peso das sanções dos EUA. A Opção seria negociar diretamente com os russos da UEC. Porém, isto poderá gerar sanções contra o Paquistão, algo hoje visto como palpável, piorando a situação, pois poderia prejudicar outros vetores de origem americana.
Sem solução, os caças permanecem aterrados, apesar de haver disponibilidade de peças sobressalentes, no fabricante. A questão continua sem solução.
@CAS